O presidente da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), João Martins, e o vice-presidente de Agronegócios do Banco do Brasil (BB), Tarcísio Hübner, se reuniram, na última semana, para acertar os detalhes de um documento que simplifica as renegociações de dívidas rurais de produtores da área de atuação da Superintendência de Desenvolvimento do Nordeste (Sudene). A proposta refere-se à simplificação das renegociações das dívidas contraídas entre 2012 e 2017, nos estados da área de atuação da Sudene, o que contempla a região Nordeste e também o norte de Minas Gerais e Espírito Santo.
O presidente do Sindicato Rural de Montes Claros e vice-presidente da FAEMG, Ricardo Laughton, afirma que a medida é fundamental para que os produtores da região se regularizem. “Será feita uma convocação para que os produtores compareçam às suas respectivas agências para renegociarem as dívidas, dentro de um modelo simplificado e mais ágil’’, explica o presidente. “O novo sistema levará em conta operações de até R$ 200 mil, contratadas a partir de 2012. Abaixo desse valor e acima de R$100 mil, será necessário que o produtor demonstre a incapacidade de pagamento”, esclarece.
A CNA e o BB também discutiram questões como o fortalecimento do seguro agrícola e a necessidade de modernização das operações de crédito rural, além das taxas de juros fixadas pelo governo para as operações de crédito do Plano Agrícola e Pecuário (PAP) 2017/2018. De acordo com a Confederação, haverá, ainda, dispensa de apresentação de laudos técnicos para comprovação das perdas e decretação de emergência ou estado de calamidade pública pelos prefeitos, sem impedir o produtor de tomar novos créditos. Com essas alterações, segundo o entendimento da CNA, mais de 90% das operações contratadas junto ao BB, de 2012 a 2017, poderão ser renegociadas por meio de procedimento simplificado.