Produção sustentável no Semiárido é tema de encontro técnico promovido em Montes Claros
- Sindicato dos Produtores Rurais de Montes Claros
- 14 de jul.
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Cerca de 90 participantes se reuniram, durante a Expomontes, com o foco de discutir práticas e pesquisas que ajudam a tornar a produção mais eficiente, sustentável e compatível com as condições da região semiárida. O encontro, promovido pelo Sindicato dos Produtores Rurais de Montes Claros, contou com apresentações de pesquisadores de instituições parceiras que desenvolvem estudos voltados para pastagens e forragicultura no norte de Minas.
Alenilda Carvalho de Novais, supervisora do Projeto Forrageiras para o Semiárido, apresentou os dados da pesquisa, com recortes voltados à alimentação de gado de leite e de corte. "Nesta fase, a pesquisa traz para pecuária de leite e corte a temática de pecuária sustentável através de sistemas produtivos, onde é possível combinar espécies forrageiras resistentes e resilientes às condições de pastejo em regime de sequeiro para regiões semiáridas, onde o desafio é produzir carne e leite, otimizando os recursos da propriedade de maneira a tornar a atividade mais rentável e segura" esclarece.
De acordo com ela, nestes sistemas, o produtor pode explorar um cardápio forrageiro, utilizando capins produtivos e resilientes para seca e chuva, bem como o complemento na alimentação em períodos de longa estiagem com a suplementação de palma forrageira e silagem, garantindo a segurança alimentar do rebanho e a sustentabilidade do seu sistema. O presidente do Sindicato, Alexandre Rocha, destacou que “o Semiárido tem seus limites, mas também um enorme potencial. A pesquisa é a ponte entre a realidade do campo e o avanço que o produtor precisa. Trazer esse conhecimento para perto é o que vai garantir competitividade com responsabilidade”.

Durante o encontro, pesquisadores de outras instituições também apresentaram pesquisas importantes para uma pecuária mais rentável no Norte de Minas. O professor Edson Marcos Viana Porto (Unimontes) abordou os resultados de pesquisas sobre pastagens no semiárido mineiro. Leidy Darmony de Almeida Rufino, da Epamig Norte, apresentou estudos recentes da área de forragicultura. Thiago Gomes dos Santos Braz, da UFMG, falou sobre experimentos com foco em pastagens conduzidos pela universidade.
A responsável técnica pela Unidade de Referência Tecnológica (URT) de Montes Claros, Inez Silva, reforçou a importância e a trajetória do projeto Forrageiras para o Semiárido. “A gente começou esse trabalho em 2017, primeiro avaliando quais seriam as forrageiras que melhor se adaptaram ao nosso clima e solo. Depois, passamos a estudar o desempenho dessas espécies mais adaptadas em condições reais de pastejo, cujos resultados estão sendo divulgados de forma preliminar e com expectativa de finalização em maio de 2026. É um projeto de longo prazo, mas que vem gerando respostas práticas para o dia a dia do produtor”.
O projeto Forrageiras para o Semiárido é uma iniciativa do Instituto CNA, em parceria com a Embrapa e outras instituições de pesquisa. A proposta é identificar e validar espécies forrageiras mais eficientes para o clima semiárido, promovendo alternativas viáveis para a alimentação do rebanho ao longo do ano. A metodologia envolve testes em Unidades de Referência Tecnológica instaladas em propriedades rurais, com acompanhamento técnico contínuo.
Segundo a assessora técnica do Instituto CNA, Marina Zimmermann, “a segunda fase do projeto Forrageiras com a Embrapa encontra-se em fase final de execução e de transferência de conhecimento aos produtores rurais. Uma nova fase está sendo desenhada para incluir inovações nos capins e na palma forrageira”. Os produtores interessados em saber mais sobre os dados obtidos com a pesquisa, ou conhecer as áreas de implementação, podem entrar em contato com o Sindicato Rural para agendar uma visita. "Nosso maior objetivo é, sem dúvidas, difundir as informações para que os pecuaristas possam ter uma atividade sustentável e rentável", finaliza Alexandre Rocha.




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